Triatleta mais do que especial

Ótima reportagem da Ativo.com:
Em uma emociontante história de superação e amor ao esporte, o santista Rodrigo Torres tornou-se o primeiro triatleta portador de síndrome de down do mundo
4/7/2008 09:21 Por Redação ativo.com
O Triathlon Santa Cecília TV, que tem por objetivo revelar novos talentos do esporte, conseguiu um pouco mais que isso na sua primeira prova deste ano, durante o mês de junho em São Vicente, litoral paulista. Em uma manhã de domingo, público e atletas assistiram emocionados à chegada de Rodrigo Frank Torres, primeiro triatleta portador de Síndrome de Down do mundo.
Mais emocionado ainda estava Rodrigo após terminar a prova de 500 metros de natação, 15 km de ciclismo e 3 km de corrida em 1h03min12s. De joelhos, feliz pela conquista, ele agradeceu muito todos que acreditaram nele e que incentivaram sua ida para o triathlon. Obstinado, a meta agora é melhorar seu tempo de triatleta e encarar novos desafios, como a etapa em agosto do Troféu Brasil de Triathlon, maior circuito do país.
As superações de Rodrigo na nova carreira de triatleta não foram poucas, conforme contou ao ativo.com. "Para começar eu tinha medo de nadar no mar e depois sentia um pouco de tontura ao andar de bicicleta, mas o Oswaldo, meu treinador, fez um trabalho não somente físico mais psicológico comigo, e me dizia do tempo todo que eu tinha capacidade e que conseguiria, até que uma hora comecei a nadar no mar e pedalar sem problema", disse o triatleta de 26 anos.
Rodrigo é santista com muito orgulho e, como atualmente mora em São Vicente com a mãe, diz que um dos seus grandes sonhos é voltar a morar em sua cidade natal. Apesar das superações especifícias para se tornar triatleta, Rodrigo sempre esteve ligado ao esporte de alguma maneira. Começou nadar aos três anos, na adolescência descobriu o basquete, depois foi para o tênis, mas a amizade e o contato com o treinador Oswaldo Brasil o levaram inicialmente ao Biatlhon, já que Oswaldo é técnico e professor das equipes de Biathlon e Triathlon do ARBOR, projeto da prefeitura de Santos. "Ele começou no Biathlon, foi para o revezamento e aí surgiu a idéia de colocá-lo no triathlon sozinho e estamos muito felizes com o desempenho dele", conta Oswaldo. "Eu comecei no Biathlon por conta do Oswaldo no ano passado e ele achou que eu tinha condições de ir para o triathlon. A corrida não era problema pois por conta do basquete já era um 'Forrest Gump', como brincam meus colegas, e hoje não tenho mais problemas com o mar e gosto muito de pedalar, que era algo novo para mim", revela.
Rotina de profissional - O treino de Rodrigo com Oswaldo é intenso, ainda mais agora que "pegou muito gosto pelo triathlon", como diz. Diariamente, Rodrigo nada cerca de dois mil metros em piscina, e a corrida ganha espaço duas ou tres vezes por semana, quando faz treinos de seis quilômetros. O ciclismo fica para o final de semana, quando costuma pedalar cerca de 20 km. "Nas horas vagas daí vou namorar e estudar", diverte-se.